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FOTOGRAFIA DO PENSAMENTO E SONHOS


Por Leonardo Paixão(*)

"A teoria das criações fluídicas e, por conseguinte, da fotografia do pensamento, é uma conquista do moderno Espiritismo e pode, doravante, considerar-se como firmada em princípio, ressalvadas as aplicações de minúcias que hão de resultar da observação. Este fenômeno é incontestavelmente a origem das visões fantásticas e desempenha grande papel em certos sonhos" (KARDEC, Allan. Obras Póstumas. 26. edição. Federação Espírita Brasileira, Brasília, DF, 1944. p.  116 – tradução de Guillon Ribeiro).

As criações fluídicas não são vistas apenas pelos encarnados em estado de vigília, nos sonhos elas são muito comuns e, como o Espírito está desprendido do corpo físico, ele recobra suas faculdades espirituais e pode ler, por assim dizer, as imagens que no Mundo Espiritual os Espíritos através de seus pensamentos produzem, imagens estas que podem lhe ser úteis como avisos preciosos e revelações. Aqui a causa dos chamados sonhos premonitórios ou pré-cognitivos (conhecimento antecipado de fatos) e dos sonhos chamados retrocognitivos (conhecimento de eventos passados – vidas passadas ou de fatos ocorridos com outrem e que não sabíamos).

Temos no Velho Testamento um exemplo claro de imagens fluídicas em sonhos e que representaram aspecto da psiprecognitiva (visão psíquica de fatos a acontecer).  Eis o relato do capítulo 41, versículos 17 a 32 do livro Gênesis:

“17 Então, disse Faraó a José: Eis que em meu sonho estava eu em pé na praia do rio.
18 E eis que subiam do rio sete vacas gordas de carne e formosas à vista e pastavam no prado.
19 E eis que outras sete vacas subiam após estas, muito feias à vista e magras de carne; não tenho visto outras tais quanto à fealdade, em toda terra do Egito.
20 E as vacas magras e feias comiam as primeiras sete vacas gordas;
21 e entravam em suas entranhas, mas não se conhecia que houvessem entrado em suas entranhas, porque o seu aspecto era feio como no princípio. Então, acordei.
22 Depois, vi em meu sonho, e eis que de um mesmo pé subiam sete espigas cheias e boas.
23 E eis que sete espigas secas, miúdas e queimadas do vento oriental brotavam após elas.
24 E as sete espigas miúdas devoravam as sete espigas boas. E eu disse-o aos magos, mas ninguém houve que mo interpretasse.
25 Então, disse José a Faraó: O sonho de Faraó é um só; o que Deus há de fazer, notificou-o a Faraó.
26 As sete vacas formosas são sete anos; as sete espigas formosas também são sete anos; o sonho é um só.
27 E as sete vacas magras e feias à vista, que subiam depois delas, são sete anos, como as sete espigas miúdas e queimadas do vento oriental; serão sete anos de fome.
28 Esta é a palavra que tenho dito a Faraó; o que Deus há de fazer, mostrou-o a Faraó.
29 E eis que vem sete anos, e haverá grande fartura em toda a terra do Egito.
30 E, depois deles, levantar-se-ão sete anos de fome, e toda aquela fartura será esquecida na terra do Egito, e a fome consumirá a terra;
31 e não será conhecida a abundância na terra, por causa daquela fome que haverá depois, porquanto será gravíssima.
32 E o sonho foi duplicado duas vezes a Faraó é porque  esta coisa é determinada de Deus, e Deus se apressa a fazê-lo”.

As imagens fluídicas neste caso foram as vacas e as espigas.
Homens destemidos como o Dr. Joseph Banks Rhine dedicaram-se a estes estudos. Rhine declarou corajosamente: “Nada em toda a história do pensamento humano – heliocentrismo, evolução, relatividade – foi mais verdadeiramente revolucionário ou radicalmente contraditório para o pensamento contemporâneo do que os resultados da investigação da psiprecognitiva” (APUD: LOUREIRO, Carlos Bernardo. IN: Das Profecias à Premonição: passado, presente e futuro se fundem para constituir a eternidade. Rio de Janeiro: FEB, 1999).

(*) Leonardo Paixão é trabalhador espírita em Campos dos Goytacazes, RJ, colaborando com um grupo de amigos de ideal no Grupo Espírita Semeadores da Paz

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